segunda-feira, 25 de maio de 2015

Assembleia Estudantil: há saída para a paralisia?

Assembleia de estudantes da UNESP-Araraquara em 09-05-2013
Os problemas que enfrentamos na universidade, e na UNESP-Araraquara em específico, não são poucos: o Restaurante Universitário (RU), que supria a alimentação de mais de mil pessoas por dia está há cinco meses parado e a empresa que realizava a reforma faliu, deixando somente os escombros do mesmo. Será necessária uma nova licitação para que dê continuidade na reforma, reforma esta que estava anunciada para demorar um ano e que agora não se tem mais prazo sequer para retorno das obras.

A permanência estudantil da universidade, políticas para que estudantes com carência socioeconômica como moradia e bolsa-auxílio, estão sendo cortadas, diminuindo em quantidade. Isto em um ano de aumento da proporção de cotas na universidade, a qual em 2014 foi 15% do total de vagas e, neste ano de 2015, são 25%, tendo perspectiva de 50% de reserva de vagas até 2018. O que reafirma a necessidade de ampliação das políticas de permanência estudantil, visto que estas já eram insuficientes antes das cotas e agora é necessário ampliá-las para que estes estudantes cotistas e todos os outros que necessitem tenham condições de permanecer na universidade.

A repressão aos que lutam é também problemática recorrente que precisamos responder. Recentemente, 17 estudantes foram ameaçados de serem expulsos da universidade, algo que a partir das lutas conseguiu reverter para 6 meses de suspensão. Também 31 estudantes de Rio Claro estão sofrendo processo que pode acabar com a expulsão dos mesmos, devido a uma ocupação da direção de Rio Claro ocorrida em 2014. Cabe notar, que a diretoria da unidade esperou um ano para enviar o processo de sindicância, algo ao que devemos estar atentos.

Perante isto, qual seria uma resposta efetiva dos estudantes?


As reuniões com a direção feitas pelos centros acadêmicos (ca’s) da UNESP-Araraquara demonstram claramente seus limites. Após cerca de cinco reuniões nada de nosso quadro avançou, para além, permanecemos em estado de paralisia enquanto o RU ficou cinco meses parado, enquanto muitos estudantes desistiram da universidade por falta de condições  de permanecer. Tal estratégia dos ca’s tornou as assembleias instâncias inócuas, reduzindo o espaço aos informes da reunião com a direção e votando as propostas feitas pelo diretor. Isto tornou os ca’s um representante da direção da universidade para os estudantes e não o contrário como deveriam ser. 

Isto demonstra a clara debilidade em uma estratégia encampada pelos centros acadêmicos em voltar-se quase exclusivamente aos diálogos com a direção ao invés de voltar-se a promover a organização e mobilização dos estudantes, através de seus organismos de base como as assembleias, plenárias, grupos de discussão, etc. Isto, mesmo em um momento em que parte dos CA’s, o de ciências sociais principalmente, vem construindo a UNE (Uniao Nacional dos Estudantes), ao invés desta construção de base.

Cabe lembrar, que os professores da rede estadual de São Paulo estão há cerca de 70 dias em greve, numa luta pela melhoria da educação de base, algo fundamental se lutamos por uma universidade que sirva aos interesses dos subalternizados deste país. Enquanto isto, os estudantes que foram elemento dinâmico e impulsionaram uma luta que conquistou, entre outras coisas, cotas na universidade no ano de 2013, estão assistindo atônitos a tal movimentação.

Por isto, vemos a necessidade de tornar as assembleias plenas de conteúdo. Precisamos começar a pensar em propostas efetivas de saídas para os estudantes, pensar em paralisações, manifestações de rua, piquetes, greves e outros para sairmos de tal paralisia. 

Diversos setores, em Araraquara e no Brasil, estão entrando em mobilização neste momento e precisamos pensar em unificar as lutas para realmente conseguir respostas, transbordando os muros da universidade.

Chamamos, então, a todos os estudantes e setores em luta para compor a assembleia geral dos estudantes da UNESP-Araraquara.

PARA BARRAR A PRECARIZAÇÃO, GREVE GERAL, GREVE GERAL DA EDUCAÇÃO!

ISTO AQUI VAI VIRAR O PARANÁ!

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